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22/11/2024 06:54

15 de novembro, a Proclamação da República e o papel dos militares

Em 15 de novembro de 1889, há exatamente 133 anos, aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil à época, a Proclamação da República, fato histórico da jovem Nação Brasileira e mais uma vez, impulsionados pelos anseios da sociedade, militares participavam dos principais eventos.

Àquele tempo, as crises internas nos campos econômico, social e militar, o descontentamento com o Império e a necessidade de mudanças levaram o Marechal Deodoro da Fonseca a destituir o Gabinete Ministerial do Visconde de Ouro Preto e pôr fim ao governo imperial de D. Pedro II. Estava proclamada a República. Terminava, naquele momento, a última monarquia do continente americano.

Naquele 15 de Novembro iniciava-se um novo capítulo na história da Nação Brasileira, plena de esperança e desejo de prosperidade para o Brasil. A nova República, desde então, impregnada dos ideais positivistas de ordem e progresso, caminha a passos largos em busca de sua merecida grandeza.

Neste novo cenário, honrando a semente plantada em Guararapes, regada com o sangue de bravos brasileiros que tombaram na campanha da Tríplice Aliança, o Exército de Caxias, de maneira indissociável à sociedade que integra, manteve-se cumprindo sua nobre missão de guardião da Nação Brasileira, acompanhando a evolução e o amadurecimento de uma República democrática, pacífica e soberana.

Proclamação da República
Marechal Deodoro da Fonseca

Na defesa dos ideais e valores nacionais, o nosso Exército esteve sempre pronto para empenhar tanto sua “mão amiga” quanto seu “braço forte”, dando prova indelével de seu comprometimento com a construção de uma sociedade livre, justa e solidária.

Ao longo do período republicano, o Soldado de Caxias, invicto como seu patrono, combateu o Nazifascismo na Itália, defendendo os ideais de liberdade; defendeu a Nação brasileira da ameaça comunista na década de 60; operou no Haiti, auxiliando aquela nação amiga na reconstrução da paz e garantiu a lei e a ordem nas operações de pacificação e nos grandes eventos realizados no Brasil nas últimas décadas.

Com o mesmo espírito, sempre se fez presente distribuindo água no sertão nordestino; reconstruindo estradas em prol do desenvolvimento e do bem-estar nacional ou socorrendo a população em momentos de calamidade.

É com o espírito ainda impregnado dos ideais de Ordem e Progresso que, ao comemorarmos em 15 de Novembro os 133 anos da Proclamação da República, nós, homens e mulheres integrantes do Exército Brasileiro, reafirmamos nosso orgulho em pertencer a uma instituição de Estado coesa e comprometida com os objetivos nacionais, que sempre se orientam pelo compromisso com o futuro esplendoroso de nossa Nação.

A própria forma pela qual em geral nos referimos aos eventos ocorridos em 15 de novembro de 1889 – a “Proclamação da República” – já incorpora algumas ideias importantes.

Em primeiro lugar, a de que ocorreu uma “proclamação”. Mas o que é “proclamar”? É apenas anunciar publicamente algo – no caso, que a Monarquia fora substituída pela República. Logo surgem outras ideias, como a de que a República no Brasil teria sido algo inevitável, uma etapa necessária da “evolução” da sociedade brasileira.

Mais ainda, podemos imaginar que o fácil sucesso do golpe de Estado – que, tecnicamente, foi o que aconteceu no 15 de Novembro- seria resultado de um consenso nacional, e que os militares, os principais protagonistas do movimento, teriam atuado de forma unida e coesa.

Não é essa a visão que hoje podemos ter desses fatos. Não havia uma maioria republicana no país e nem mesmo unidade entre os militares. De fato, apenas uma pequena fração do Exército, e com características muito específicas, esteve envolvida na conspiração republicana.

O 15 de Novembro de 1889

O golpe de 15 de novembro de1889 foi um momento-chave no surgimento dos militares como protagonistas no cenário político brasileiro. A República então “proclamada” sempre esteve, em alguma medida, marcada por esse sinal de nascença (ou, para muitos, pecado original). Havia muitos republicanos civis no final do Império, mas eles estiveram praticamente ausentes da conspiração.

O golpe republicano foi sem dúvida militar, em sua organização e execução. No entanto, ele foi fruto da ação de apenas alguns militares. Quase não houve participação da Marinha, nem de indivíduos situados na base da hierarquia militar (as “praças”, como os soldados ou sargentos). Mas isso não significa que o movimento foi promovido por oficiais situados no topo da hierarquia.

Dos generais, apenas Deodoro da Fonseca esteve presente. Os oficiais superiores podiam ser contados nos dedos, e o que mais se destacou entre eles não exercia posição de comando de tropa: trata-se do tenente-coronel Benjamin Constant, professor de matemática na Escola Militar.

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