Nos últimos anos, uma tendência tem ganhado destaque no cenário do varejo: o atacarejo. Estes estabelecimentos, que combinam elementos de atacado e varejo, estão redefinindo a maneira como os consumidores abastecem suas despensas e como os empresários do setor abordam seus negócios.
Os atacarejos são estabelecimentos que oferecem uma variedade de produtos em grandes quantidades, muitas vezes a preços mais baixos do que os encontrados nos supermercados tradicionais. Eles são uma combinação única de atacado e varejo, permitindo aos consumidores comprarem tanto em grandes volumes quanto em unidades individuais.
Segundo relatório do BTG Pactual, o “atacarejo” aumentou sua penetração entre os consumidores brasileiros de 62% para 73% de 2019 a 2023, chegando a praticamente três quartos dos domicílios.
O avanço mostra o sucesso de um modelo de negócio mais agressivo em preços mesmo após o controle inflacionário e se dá em detrimento dos hipermercados — a participação deles nas vendas caiu de 46% para 35% no período, estimou o BTG.
Maior variedade de produtos e diferencial no preço. Motivos que fazem os atacarejos caírem cada vez mais no gosto do consumidor. O modelo de negócio, que une atacado e varejo e já fatura mais de R$ 200 bilhões por ano no país, passa por um momento.
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O Crescimento e Popularidade do Atacarejo
Desde sua introdução inicial no mercado, o atacarejo têm experimentado um crescimento significativo e uma crescente popularidade entre os consumidores. Isso se deve graças a busca por economia por parte dos consumidores, que procuram maneiras de esticar seus orçamentos em meio a pressões econômicas crescentes.
Além disso, o atacarejo também é atraente para pequenos e médios empresários, que podem encontrar nessas lojas uma oportunidade para adquirir produtos a granel a preços competitivos para seus próprios negócios.
“Há uma certa saturação (nos ‘atacarejos’), já que o segmento cresceu rapidamente nos últimos anos, principalmente nos subúrbios. Mas, à medida que as empresas abrem mais lojas nos centros urbanos (e até mesmo no interior, aproveitando os formatos de lojas menores e com mais serviços oferecidos nas lojas, sem abandonar o modelo de baixo preço (…), ainda vemos o ‘atacarejo’ como formato de varejo de alimentos mais resiliente no Brasil”, escreveram os analistas do BTG, em relatório sobre o gigante americano Costco, que opera modelo semelhante.
‘Modelo antigo foi substituído’
O BTG foi lapidar em sua conclusão: “No Brasil, o papel anterior dos hipermercados como lojas de tudo (suprimento geral) foi substituído pelo ‘cash & carry’ (‘atacarejo’).”
“Players como Atacadão (Carrefour), Assaí e Grupo Mateus, assim como numerosos players regionais, se beneficiaram dessa mudança, entregando um crescimento acima da média e atraindo mais consumidores que costumavam comprar em outros formatos (principalmente hipermercados)”, acrescentaram.
O ano de 2024 – para muitos analistas e executivos envolvidos no setor – deve ser mais positivo do que o anterior para as companhias expostas ao atacarejo, caso do Assaí e do Carrefour, dono da rede Atacadão. Mas o primeiro, para alguns, está mais bem posicionado para surfar a onda mais positiva do que o concorrente.
Perspectivas Futuras dos Atacarejo
À medida que os atacarejos continuam a ganhar popularidade, é provável que continuem a moldar o cenário do varejo nos próximos anos. Espera-se que esses estabelecimentos continuem a expandir sua presença geográfica e diversificar sua oferta de produtos para atender às demandas em evolução dos consumidores.
Além disso, o crescimento dos atacarejos pode inspirar inovações adicionais no setor varejista, à medida que outras empresas buscam formas de capitalizar sobre a tendência de compra em grandes quantidades a preços competitivos.
Em resumo, os atacarejos representam uma mudança significativa no panorama do varejo, oferecendo aos consumidores uma nova maneira de economizar em suas compras e desafiando os supermercados tradicionais a se adaptarem a uma concorrência cada vez mais acirrada.