Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A partir de 1º de novembro, a Caixa Econômica Federal implementará alterações significativas nas regras de financiamento de imóveis, visando adequar a concessão de crédito pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). As novas diretrizes incluem o aumento do valor de entrada e a redução do percentual financiável.
Principais Alterações
Entrada:
Para o Sistema de Amortização Constante (SAC), a entrada passará de 20% para 30% do valor do imóvel.
No sistema Price, que oferece parcelas fixas, a entrada aumentará de 30% para 50%.
Condições de Crédito:
O financiamento será concedido apenas a mutuários que não possuam outro financiamento habitacional ativo na Caixa.
Limites de Avaliação:
O valor máximo de avaliação dos imóveis pelo SBPE será limitado a R$ 1,5 milhão em todas as modalidades.
Essas novas regras não afetarão as unidades habitacionais de empreendimentos já financiados, onde as condições atuais permanecerão inalteradas. A Caixa, responsável por 70% do financiamento imobiliário no Brasil, registrou um crescimento de 28,6% no crédito habitacional até setembro, totalizando R$ 175 bilhões em financiamentos.
Justificativa da Caixa
A Caixa Econômica Federal justifica as restrições como uma medida necessária para evitar a superação do orçamento aprovado para 2024. A instituição também se compromete a buscar soluções que permitam a expansão do crédito imobiliário no país, participando de discussões com o mercado e o governo.
Os futuros mutuários devem estar cientes dessas mudanças e se planejar adequadamente para as novas exigências ao financiar um imóvel. Para mais informações, acesse o site da Caixa Econômica Federal.
O aperto na concessão de crédito habitacional decorre do maior volume de saques na caderneta de poupança e das maiores restrições para as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), aprovado no início do ano. Caso não limitasse o crédito, a Caixa teria de aumentar os juros.
Segundo o Banco Central (BC), a caderneta de poupança registrou o maior volume de saques líquidos do ano em setembro, com os correntistas retirando R$ 7,1 bilhões a mais do que depositaram. Esse também foi o terceiro mês seguido de retiradas. Outro fator que contribuiu para a limitação do crédito foi o aumento da demanda pelas linhas da Caixa, em meio à elevação das taxas nos bancos privados. Ainda não está claro se as mudanças serão revertidas em 2025, quando o banco tiver novo orçamento para crédito habitacional, ou se parte das medidas se tornarão definitivas no próximo ano.