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Data: 20/09/2024

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20/09/2024 07:39

Carrefour: Empresa de segurança terá que pagar R$ 1,8 milhão por morte de homem

A empresa de segurança patrimonial Vector que prestava serviços para o Carrefour, terá que pagar uma indenização de R$ 1,8 milhão pela morte de João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por seguranças em um estacionamento do supermercado em Porto Alegre, há quase um ano. A decisão foi divulgada na quarta-feira (05).

No dia 19 de novembro de 2020, os seguranças de uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre, contratados pela Vector, terceirizada da rede, foram presos em flagrante acusados de homicídio pela morte de João Freitas.

O Cejusc – órgão de mediação do Tribunal de Justiça – do Rio Grande Sul, divulgou, na quinta-feira (04), que a empresa chegou a um acordo com entidades de defesa dos direitos humanos e com a Defensoria Pública sobre o pagamento da indenização.

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Metade do valor pago pela empresa será destinado a bolsas de permanência para universitários negros do Prouni, outros 30% será dedicado a bolsas para creches que vão atender crianças negras de até 5 anos e 15% para compra de cestas básicas, também para famílias negras moradoras do bairro Passo D´Areia, na zona norte de Porto Alegre.

A empresa também está obrigada a fazer campanhas de conscientização sobre práticas antirracistas, inclusive, para outras empresas de segurança, e reformular as políticas internas, com a criação de uma ouvidoria para receber denúncias de abuso de qualquer ordem e racismo.

Indenização à família

Em maio deste ano, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) estabeleceu ao Carrefour pagamento de R$ 115 milhões em indenização à família de Beto Freitas. Em um comunicado aos investidores divulgado em junho, a rede de supermercados disse que o valor seria “desembolsado ao longo dos próximos anos”.

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Caso Carrefour: lembre-se

Um homem negro foi espancado em uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na noite dessa quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra. A vítima, João Alberto Silveira, de 40 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu.

A cena, em que os dois homens brancos agridem Silveira no estacionamento do estabelecimento, foi filmada e está circulando nas redes sociais. O crime aconteceu no bairro de Passo D’Areia.

De acordo com informações da Polícia Militar, os envolvidos, seguranças do local, foram presos em flagrante, acusados de homicídio. Contudo, eles ainda devem ser indiciados por homicídio triplamente qualificado.

Um deles é um agente militar temporário – que não estava em serviço policial no momento do crime –, “cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os rigores da lei”. Um PM temporário é contratado de forma emergencial para prestar serviços administrativos à corporação, e não nas ruas.

Pai da vítima diz que filho foi assassinado covardemente. O pai da vítima disse que foi ao local pois o informaram que o filho havia sido preso.

“Quando cheguei, a equipe médica estava nos últimos minutos de reanimação e ele não reagiu mais”, contou João Baptista. “Eu vim para achar um preso. Achei um corpo, uma pessoa assassinada covardemente, como os vídeos estão mostrando aí.”

João Alberto Silveira tinha quatro filhos e foi ao supermercado junto à companheira.

A vítima chegou a ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas acabou morrendo. De acordo com a delegada Roberta Bertoldo, do 2º Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de Porto Alegre, suspeita-se que o homem tenha sofrido um ataque cardíaco por conta das agressões sofridas e por ter sido pressionado no chão por um certo tempo.

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Carrefour lamenta ocorrido

Em nota, o Carrefour disse que “lamenta profundamente o caso” e que “adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso”.

A empresa informou ainda que vai romper o contrato com a companhia responsável pelos seguranças que cometeram a agressão e demitirá o funcionário que estava no comando da loja no momento do crime. A loja vai permanecer fechada nesta sexta.

“Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente”, diz o comunicado do Carrefour. “Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam.”

 

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