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20/09/2024 06:49

Bebe cerveja ou outras bebidas alcoólicas? Confira o que este estudo científico tem a dizer

Tá calor aí? Veja o que uma cerveja pode causar no cérebro.

A revista científica Nature Communications publicou no dia 4 de março, um estudo liderado por pesquisadores norte-americanos da Universidade da Pensilvânia sobre o efeito do consumo da cerveja no nosso cérebro.

A pesquisa foi realizada com 36.678 adultos saudáveis, entre 40 e 69 anos, através do Biobank Reino Unido. 52,8% eram do sexo feminino. Os voluntários responderam a perguntas sobre informações demográficas e de saúde e uma enfermeira realizou entrevistas de histórico médico.

Para se obter uma maior precisão nos dados, a análise controlou idade, altura, sexo, tabagismo, status socioeconômico, ascendência genética e município de residência (EUA). Os dados de imagens do cérebro incluíram três avaliações estruturais, fMRI em repouso e baseada em tarefas e imagens de difusão. Os volumes cerebrais foram normalizados para o tamanho da cabeça.

Os participantes relataram o número de unidades de álcool semanais ou mensais consumidas no ano passado, incluindo vinho, champanhe, cerveja, cidra, destilados, vinho fortificado e outras bebidas. Com essas informações e através do exame de ressonância magnética, os pesquisadores puderam comparar o volume de massa cinzenta e branca no cérebro dos participantes com os de pessoas que não bebiam. A massa cinzenta é a parte principal do cérebro, onde as informações são processadas, e a massa branca atua mantendo linhas de comunicação.

Resultado do consumo exagerado de cerveja e outros alcoólicos

O estudo relatou que o consumo diário de álcool pode acelerar o processo de envelhecimento do cérebro em dois anos. Entre as quase 37.000 pessoas, a ingestão leve e moderada – equivalente a uma ou duas latas de cervejas, teve efeito negativo no cérebro. O cérebro apresentou alterações em seu volume e tamanho e, consequentemente, alterações cognitivas. Quase 90% de todos os volumes regionais de substância cinzenta mostraram diminuição significativas com a ingestão de álcool.

O estudo diz que a maioria dessas associações negativas são aparentes em indivíduos que consomem uma média diária de uma ou duas unidades de álcool. Ressaltamos que, segundo a pesquisa, uma unidade diária de álcool equivale a 10ml. Uma lata de cerveja ou uma taça de vinho apresentam duas unidades.

“Essas descobertas contrastam com as diretrizes científicas e governamentais sobre limites seguros de consumo”, disse o coautor Henry Kranzler, MD, do Penn Center for Studies of Addiction, em um comunicado.

“Por exemplo, embora o National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism recomende que as mulheres consumam em média não mais de uma bebida por dia, os limites recomendados para os homens são o dobro disso, uma quantidade que excede o nível de consumo associado no estudo com diminuição do volume do cérebro”, observou Kranzler.

O professor da Universidade da Pensilvânia, Gideon Nave, um dos autores do estudo, ressalta o fato de ter uma amostra tão grande permitir encontrar padrões sutis entre beber o equivalente a meia lata de cerveja e uma cerveja por dia. E complementa: “Este estudo analisou o consumo médio, mas estamos curiosos para saber se beber uma cerveja por dia é melhor do que não beber nenhuma durante a semana e depois sete no fim de semana. ” Segundo ele, ainda, parece haver algumas evidências de que o consumo excessivo de álcool é pior para o cérebro, mas não há estudos ainda.

Consumo de álcool na gestação traz riscos para bebê, afirma médica

“Se você bebe, o seu bebê também bebe” é o tema da campanha da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) que visa alertar mulheres grávidas para os riscos que o consumo de bebidas alcoólicas na gestação pode trazer para os filhos. “Esse é o nosso foco de interesse, de ação in advocacy (lobby do bem)”, disse a presidente da Abead, Alessandra Diehl. A entidade busca prevenir sobre o álcool na gestação, para evitar o que os especialistas chamam de Síndrome Alcoólica Fetal (SAF).

Estudos mostram que entre 12% e 22 % das mulheres grávidas apresentam históricos de consumo de álcool durante a gravidez. Essa ingestão de álcool pode variar de beber ocasionalmente ao consumo excessivo semanal e até ao uso crônico durante os nove meses da gestação. A Abead defende medidas preventivas para o uso de álcool por mulheres grávidas devido ao risco de desenvolvimento da SAF. A estimativa é de que cerca de 1,5 mil a 6 mil crianças nasçam com SAF todos os anos no Brasil.

Foto: Arquivo/ Ag. Brasil.

Com utilização de trecho da matéria de Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro.

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