Conheça 3 tipos de Coxinha em Bares e Restaurantes da região. Houve um tempo em que coxinha era sinônimo de galinha. Hoje é um salgado com formato de gota gorda, feito com massas das mais diversas composições, da clássica, de água e farinha, empanadas na farinha de rosca, até outras preparadas com tubérculos e raízes, como batata, aipim, abóbora, baroa etc – e tem até envelopada com pão de queijo.
No recheio, a galinha ainda é protagonista da grande maioria dos salgados do gênero, porém a lista das mais sensacionais hoje em dia abarca todas as carnes, de pato e rabada a ossobuco entre tantas outras, e há bem bolados molhos para acompanhar, sejam os de queijo, sejam os de pimenta ou vinagretes. Para empanar, muitas vezes é usada farinha panko, dando ainda mais crocância á massa.
A coxinha nunca foi tão gostosa
A coxinha está para o mundo dos salgados assim como o brigadeiro para o dos doces: os brasileiros adoram. Mas, a cozinha, ao contrário do que muitos pensam, não é coisa nossa, ao contrário do brigadeiro. Sim, a coxinha de frango tem origem francesa.
É o que diz a melhor fonte sobre o assunto. Recentemente o colega J.A. Dias Lopes, cronista histórico da gastronomia brasileira, que faz um belo trabalho de pesquisa sobre as origens dos nossos pratos mais populares, publicou um texto em seu blog na Veja sobre o assunto.
E reproduzo uma parte:
“Estamos convencidos de que a coxinha nem brasileira é, mas francesa. ‘Também não tenho a menor dúvida quanto a isso’, afiança em São Paulo o chef franco-brasileiro Laurent Suaudeau.
Basta consultar o clássico L’Art de la Cuisine Française au XIXème Siécle – Traité des Entrées Chaudes.
Trata-se de um livro publicado em Paris no ano de 1844, pelo chef dos chefs Marie-Antoine Carême (1784-1833), considerado o maior cozinheiro de todos os tempos, festejado pela codificação da haute cuisine (alta cozinha) francesa.”
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No Bar do Peixoto em Jacareí, é servida a coxinha tradicional, preparada por sua equipe cuja massa – deliciosa – é feita com o caldo do cozimento do frango, ganhando sabor e textura incríveis.
- A servida no Bar do Coronel, que além de saborosa, tem rica textura, com casquinha crocante. Eu diria que essas duas são as melhores coxinhas em versão tradicional da região.
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Um dos destaques da nova leva a um lugar icônico. Marinella festeja vários tipos de coxinha em todo o seu cardápio.
História da Coxinha
Antes de tudo é importante saber que a origem desse salgado não é tão brasileira assim. O professor do curso de Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi, Paulo Veríssimo, revela que trata-se de uma receita adaptada da culinária francesa e que as referências ao salgado podem ser encontradas na obra de um famoso chef de cozinha francês, Antonin Carême (1784 – 1833), escrita no ano de 1843, em Paris. Você deve estar se perguntando: “Como assim francesa?” Pois é, o nosso quitute nasceu da deliciosa coxa-creme, que é francesa!
Segundo ele, ainda existem duas lendas que explicam como a coxinha pode ter sido preparada pela primeira vez no Brasil.
A primeira versão
Em meados da década de 20, em uma São Paulo que se desenvolvia industrialmente, regiões como a de Santo André abrigaram grandes fábricas e trabalhadores, que precisavam se alimentar gastando pouco. E era comum que eles matassem a fome nas barraquinhas dos vendedores ambulantes, que negociavam pedaços fritos de frango, como coxa, sobrecoxa e peito, nas portas das fábricas na hora do almoço.
“O tempo não preservou o nome da pessoa, mas alguém teve a inusitada ideia de desfiar a carne do frango, envolver numa massa de batata, modelar na forma de uma coxa, fritar em óleo quente e em seguida vender em frente às fábricas. Nem precisa comentar que foi um enorme sucesso. E assim foi até a década de 1950, tanto aqui em São Paulo, quanto no Paraná. Na década de 1970, em Belo Horizonte, foi incorporado ao salgadinho o recheio de requeijão cremoso, caindo também no gosto popular”, conta Veríssimo.
A outra
A cerca de 150 km da capital paulista, na cidade de Limeira, especificamente na Fazenda Morro Azul, no final do século XIX, teria vivido a família real brasileira durante certo período. Segundo a lenda, a princesa Isabel e seu marido, o Conde D’Eu, escondiam da Corte no Rio de Janeiro um filho que tinha deficiência mental.
A história conta que o prato preferido da criança era coxa de galinha e que certa vez a cozinheira da família não tinha quantidades suficientes para servir, “prevendo a gritaria do menino por falta do seu alimento predileto, resolveu transformar uma galinha ‘inteira’ em coxas”, explica Verissimo. O filho da princesa aprovou tanto o novo prato que as “coxinhas de galinha” teriam passado a fazer parte das refeições diárias da família.
Depois disso, teria sido um pulo para que os parentes que viessem visitar a família acabassem levando o quitute à corte carioca e aos salões de nobreza. No entanto, Veríssimo faz uma ressalva: “esta ‘história’, até que romântica, não passa de uma lenda urbana, pois é sabido que tanto a Princesa Isabel quanto seus filhos viveram no Rio de Janeiro até a queda da Monarquia em 1889 e, pelo que se sabe, nenhum deles tinha deficiência mental.
Conclusão
Na verdade, não importa como foi. Seja quem for, nós só temos a agradecer por essa criação divina!