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12/05/2025 20:36

Dólar mais barato pode ser um bom investimento em2022

Conflito no leste europeu, a escassez de insumos e commodities e juros altos no Brasil atraem mais capital estrangeiro ao país

Com a queda do dólar registrada nas últimas duas semanas e a oscilação do câmbio já prevista pelos analistas financeiros até o fim do primeiro semestre, é preciso saber se comprar a moeda americana como investimento vai garantir um bom retorno para o investidor no país. O Ibovespa abriu em 118 mil pontos por volta das 10h desta sexta-feira (8), e o dólar era cotado a R$ 4,74.

Na quinta-feira dia (7), a moeda americana fechou com leve alta de 0,96%, cotada a R$ 4,74. Com isso, o câmbio voltou ao patamar antes do início da pandemia, há dois anos. No acumulado do ano, a queda é de 8,14% sobre o real. Com essa movimentação no mercado, o quadro é favorável para quem deseja investir na compra de dólar apesar da pequena variação esperada pelos analistas. 

O assessor de investimentos da Monte Bravo em São Jose dos Campos, Breno Andrade, explicou que a oscilação da moeda americana está relacionada com o aumento dos juros nos EUA pelo FED e a intenção de elevar a inflação na próxima reunião do ‘Banco Central dos EUA’, conforme registrada em ata, além dos efeitos causados pela guerra no leste europeu.

“A guerra entre Rússia e a Ucrânia influencia o mercado de exportação, elevando os preços de insumos e a valorização de commodities, que atraem mais capital estrangeiro para o Brasil com altos retornos de rendimentos. É importante lembrar que o país é maior produtor e exportador de commodities do mundo, principalmente as agrícolas como trigo e milho, e minerais como o petróleo, o que torna o Brasil um dos países mais interessantes para se investir”, disse.

Breno explicou que todo esse cenário beneficia a entrada de mais dólares no país, o que valoriza a moeda brasileira. “É um período que favorece a compra da moeda, mas não é indicado sair comprando sem estratégia. É bom aproveitar essa ‘onda’ positiva para comprar a moeda tendo a ciência de que com o mercado norte-americano mais atrativo, os investidores tendem a migrar para lá e a moeda brasileira volta a desvalorizar e por consequência, o dólar volta a subir”, afirmou.

Com tudo isso acontecendo a pergunta que interessa para o mercado: onde investir? Além de poder comprar o dólar como investimento, é possível investir em fundos de investimentos que tenham estratégias dolarizadas, ETFs e bolsa de valores dos EUA, por exemplo.

No entanto, a cautela e a diversificação são sempre aliadas no sucesso de longo prazo. “Os investimentos de renda fixa como os títulos públicos vendidos por meio do Tesouro Direto, CDBs (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letras de Crédito Imobiliário), LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), CRI e CRA (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio) e de debêntures, que são títulos emitidos por empresas, são as melhores opções para o investidor nesse cenário. É possível encontrarmos títulos remunerando em 14%a.a. pré-fixado, CDI+4%a.a. ou IPCA +6%a.a.”, finalizou.

Abono Salarial Real X Dólar
Dinheiro, Real Moeda brasileira
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“O real brasileiro se beneficiou do ciclo das super commodities que está em vigor durante grande parte deste ano. À medida que o mundo começa a evitar produtos russos, alguns países como o Brasil se beneficiam ao encontrar pretendentes para sua soja, milho, óleo, trigo e óleo”, indicou Edward Moya, analista de mercado financeira da OANDA.

A aposta dele é de que o pico dos preços das commodities esteja próximo, impulsionando o fortalecimento do dólar.

Entre os analistas do Banco Original, a leitura é de que os preços sigam altos por algum tempo e o mercado brasileiro se beneficie disso. “A retirada das sanções será lenta e haverá sequelas que dificultarão a sua produção por um tempo. Fora isso, vale lembrar que demanda/oferta já estavam apertadas em vários mercados antes da invasão. O ponto é que os preços das commodities seguirão altas, o que seguiria como linha de defesa para os ativos brasileiros”, explicou Marco Caruso.

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