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Data: 23/11/2024

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23/11/2024 06:10

Dor crônica tem remédio? Ouvimos 2 especialistas

SIM! Procedimentos minimamente invasivos e não-invasivos são capazes de substituir o uso de medicamentos para tratar a dor crônica

Sabe aquele dor que te incomoda há meses e não passa com nenhum remédio? Atenção você pode estar sofrendo de dor crônica um problema que aflige milhares de pessoas e que na maioria da vezes pode ser incurável.

A dor é um alerta e é considerada como o quinto sinal vital, sendo que sua existência pode estar relacionada a aspectos físicos mas também emocionais. Imagine viver diariamente com uma dor constante que, na maioria das vezes, não deixa você realizar  as tarefas mais simples do dia a dia, o impedindo de ser produtivo em casa e no trabalho.

A dor crônica é um problema de ordem física porém com um grande impacto emocional, como consequência pode inibir o convívio social e a busca por tratamento pode até mesmo gerar um problema financeiro.

A dor crônica é caracterizada pela ocorrência de uma dor contínua, por mais de três meses de duração, e mesmo o uso de analgésicos é incapaz de aliviar, o pior é que ela pode ser, muitas vezes, incurável.

As pessoas que sofrem com a dor crônica ficam limitados em suas funções diárias e necessitam de cuidados constantes. A tendência é que com o passar do tempo fiquem debilitados e até depressivos. Geralmente, as causas da dor crônica são multifatoriais (podem ser causadas por vários motivos), por isso, o tratamento deve ser individualizado e de forma multidisciplinar.

O tratamento convencional é realizado a base de medicamentos, mas deve ser aliado a terapias complementares, como fisioterapia, acupuntura e suas derivações, bem como acompanhamento psicológico para o melhor enfrentamento da doença de base.

Novos tratamentos aplicados no intuito somar, e principalmente, de reduzir o uso de medicamentos estão sendo desenvolvidos e contribuindo para a melhora da qualidade de vida dos pacientes.

“Além de reduzir os fatores de efeitos adversos que estes pacientes enfrentam com o uso prologando e muitas vezes intenso de medicamentos, potencializamos as oportunidades de melhores resultados gerais no controle das crises dolorosas com tais procedimentos”, afirma o neurocirurgião Dr. Luiz Daniel Cetl, diretor da Clínica Enlevo.

Dor crônica: Novos tratamentos proporcionam melhora na qualidade de vida

Um procedimento não-invasivo de destaque é o tratamento com ondas de choque, indicado para dores osteomusculares, articulares, fraturas (pseudoartrose – quando não há consolidação adequada da fratura).

“Esse procedimento é baseado no espalhamento de ondas de choque (impacto) por meios ricos em líquido (mesmo princípio da litotripsia usada na quebra de cálculos renais), promovendo uma “lesão” controlada que reduz o processo inflamatório local e um aumento de circulação local, a reestruturação das terminações nervosas terminais, que resultam na melhora da dor”, explica a anestesiologista Dra. Atsuko Nakagami Cetl, especialista no tratamento da dor.

Dor Crônica

De acordo com os especialistas, esse procedimento apresenta melhora importante na primeira sessão (em geral > 80%), com leve piora no dia subsequente, devido ao quadro inflamatório desencadeado pela onda de choque, seguida de recuperação progressiva com o alívio da dor.

Outro procedimento não-invasivo é o laserterapia, indicado para dores miofasciais, tendinites, lombalgias. É um tratamento realizado com aparelho manual, que geral um efeito anti-inflamatório e analgésico local e sistêmico (dependendo da aplicação). Com esse procedimento, o paciente apresenta melhora já na primeira sessão (em geral de pelo menos 50%).

Na linha dos procedimentos minimamente invasivos, a magnetoterapia está entre os mais aplicados para o relaxamento muscular e melhora da irrigação do tecido muscular.

É um procedimento simples e indolor, que utiliza aparelho específico para magnetoterapia (campo magnético focalizado)”, explica Dr. Luiz Daniel.
Esse tratamento promove o alívio da dor, melhora a cicatrização (feridas de difícil fechamento) e melhora a dor pós-operatória.
“É usado também para dores musculares e articulares, além de pontos gatilho. Geralmente é utilizado em casos pós-operatórios de cirurgias ortopédicas para melhora da analgesia”, descreve Dra. Atsuko.

Brasileiros buscam medicamentos para a dor crônica

Recentemente a InterPlayers realizou um levantamento sobre a dor crônica e a busca por tratamento, o resultado apontou que a procura de brasileiros por medicamentos para tratamento de dor crônica disparou no último ano.

Segundo a pesquisa somente entre fevereiro de 2021 e março de 2022, a procura aumento em média 109,53% em comparação com os doze meses anteriores. Se considerarmos apenas os meses de fevereiro e março, a alta foi de 142,96% em relação ao mesmo período de 2021.

Dor crônica
Foto: Dor de cabeça (Marcos Santos/ USP Imagens) Agência Brasil

Ainda de acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor, ao menos 37% da população brasileira — cerca de 60 milhões de pessoas — relata viver sofrendo com a dor crônica.

Entre os relatos de casos mais comuns estão a cefaleia ou dor de cabeça. Também apareceram entre as mais citadas a hérnia de disco lombar, o reumatismo e a fibromialgia.

Os medicamentos indicados para dor crônica devem ser indicados exclusivamente pelos médicos de acordo com a intensidade, variando do grau leve para moderado e dor intensa, em avaliações individuais e específicas.

Revista Científica

A revista científica The Lancet lembrou a comunidade científica da urgência em mudar o jeito de lidar com a dor dos pacientes, a advertência veio em forma de um editorial histórico publicado em 2020.

Segundo o texto, a sensação de dor é a primeira causa de procura de atendimento e a maior responsável pelos afastamentos do trabalho.

Ainda segundo o editorial, a dor crônica, quando persistente por mais de três meses, aflige inacreditáveis 30% da população mundial e, se não assistida e tratada adequadamente, oferece graves riscos à saúde da mental.

Os autores do editorial encerraram o texto exortando a classe médica e científica por ações mais efetivas: “A dor crônica é real e merece ser tratada com mais seriedade”.

Especialistas ouvidos pelo Trânsito Aberto

Dra. Atsuko Atsuko Nakagami Cetl
Médica anesteseologista, diretora da Clínica Enlevo
Graduada pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), especialista em Neurocirurgia e Anesteseologia.
Certificada na área de atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira (AMB).

Dr. Daniel Cetl
Médico neurocirurgião, diretor da Clínica Enlevo. Graduado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), especialista em Neurocirurgia pela SBN (Sociedade Brasileira de Neurocirurgia), membro da Associação Médica Brasileira (AMB) e do grupo de tumores do Departamento de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Serviço:
Clínica Enlevo – Especializada em prevenção e no tratamento da dor
Site: http://clinicaenlevo.med.br/
Instagram: @clinica.enlevo

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