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Data: 20/09/2024

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20/09/2024 21:10

FAB suspende buscas por avião que caiu em Ubatuba com 3 pessoas

A FAB (Força Aérea Brasileira) suspendeu no domingo (4) as buscas pelo avião bimotor de prefixo PP-WRS e modelo PA-34-220T que caiu dia 24 de novembro em alto mar entre Paraty (RJ) e Ubatuba (SP), deixando desaparecidas três pessoas, entre elas o piloto corumbaense Gustavo Carneiro, de 27 anos. O corpo de Gustavo foi localizado no dia seguinte a queda.

Apesar de o avião não ser mais procurado, o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro confirmou que continuam com as buscas pelo copiloto José Porfírio, de 20 anos e do empresário Sérgio Alves Dias, de 45 anos.

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Da esquerda para direita, Copiloto José, empresário Sérgio e Piloto Gustavo estavam na aeronave

Equipe de buscas

Além de mergulhadores, botes, moto aquáticas e até helicópteros, a corporação passou a contar com a ajuda dos bombeiros do Distrito Federal, que forneceram uma sonda Side Scan para fazer uma varredura no fundo do mar em busca do avião.

“A Marinha me falou que é apoio da Aeronáutica e que só continuaria nas buscas enquanto a Aeronáutica continuasse. Recebi ligação da Marinha informando que suspenderiam as buscas. É muito desesperador”, lamentou Tatiana Fogaça, esposa de Sérgio.

Familiares das vítimas criticam a Aeronáutica e a Marinha sobre a demora no início das buscas do avião. “Meu desespero, meu pedido de ajuda, é para que Aeronáutica e Marinha estendam as buscas por mais alguns dias”, afirmou Tatiana.

Apenas o corpo do piloto foi encontrado próximo ao local onde o avião teria caído. Ele foi velado e cremado.

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Primeiras peças encontradas da aeronave após queda em alto mar

Trajeto do Avião

Acidente aéreo- O voo saiu às 19h30 (MS) de quarta-feira (24) de Campinas com destino ao Aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A suspeita é que o avião teve problema em um dos motores e o piloto tentou um pouso forçado, sem sucesso. Apesar de estar em situação regular, a aeronave não tinha autorização para a realização de táxi aéreo, ainda conforme o Jornal da Band.

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A Força Aérea Brasileira iniciou as buscas pela aeronave às 04h15 do dia 25, com um helicóptero H-36 Caracal do 3°/8° GAV.

Foi utilizado óculos de visão noturna para viabilizar as buscas. Os destroços da aeronave desaparecida foram localizados às 06h35 de quinta-feira.

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Saiba como a FAB é acionada para missões

Em ocorrências relacionadas à queda de avião, quando ocorre a necessidade de buscar, localizar e salvar pessoas, a Força Aérea Brasileira (FAB) é acionada. O processo tem início com o Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR), que está sob a gerência do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), órgão que normatiza, coordena e controla as ações de Busca e Salvamento.

Em estado de alerta, 24 horas por dia durante todo o ano, estão os militares que atuam no Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico (SALVAERO), distribuídos estrategicamente em diferentes pontos do território nacional (Atlântico, Brasília, Curitiba, Manaus e Recife). Esse órgão, por sua vez, é subordinado aos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA), que atuam na execução das atividades de controle do tráfego aéreo classe geral e militar, na vigilância do espaço aéreo e no comando das ações de defesa aérea no Brasil.

A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro, as Polícias Militar e Civil, o Corpo de Bombeiros e outras organizações públicas, privadas e não governamentais também atuam em conjunto com o SALVAERO.

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Existem modos estabelecidos para registrar a ocorrência aeronáutica, conforme explica o Chefe da Divisão de Busca e Salvamento do DECEA, Major Aviador Bruno Vieira Passos. “A informação chega aos Centros de Coordenação de Busca e Salvamento Aeronáutico (ARCC), sendo elas, por meio de órgãos de controles, como rádios e torres de controle; por sinais de balizas de emergências, que emitem sinais a partir de equipamentos embarcados nas aeronaves; ou, ainda, por telefonemas de familiares, pilotos, proprietários da aeronave ou quem possa ter presenciado o evento”, explica o Oficial.

Todas as informações são criteriosamente analisadas e, confirmando a emergência, é acionado o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), para que disponibilize os meios aéreos para executar a Busca e Salvamento (SAR, sigla em inglês para Search and Rescue).

O Comando de Preparo (COMPREP) tem participação nas missões por meio de capacitação técnico-profissional dos recursos aéreos e aeroterrestres a serem disponibilizados para serem engajados em atividades SAR. “Quanto mais precisas e seguras as informações recebidas, mais rápido é o acionamento. Por isso, a importância das balizas de emergência estarem registradas e atualizadas no banco de dados do Centro Brasileiro de Controle de Missão (BRMCC)”, ressalta.

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Os padrões de Busca e Salvamento são estabelecidos, transmitindo as coordenadas para os Esquadrões Aéreos de alerta. “Inicia-se, então, os procedimentos de Meio de Busca, que é quando não se sabe o paradeiro da aeronave. Quando identificada a localização, é acionado o Meio de Salvamento, onde os helicópteros são direcionados para resgate de sobreviventes”, completa o Major.

As buscas são encerradas somente quando ocorre o salvamento das vítimas e encaminhadas ao hospital, ou quando há confirmação de óbito. Elas são suspensas quando os tripulantes a bordo do avião não são encontrados, mas podem ser reativadas a qualquer momento, quando novos indícios surgirem. “O objetivo de todas as missões de Busca e Salvamento é o de resgatar sobreviventes”, acrescenta o Major.

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Atuação dos Esquadrões de Busca e Salvamento

Após averiguar as informações recebidas dos órgãos envolvidos, como matrícula do avião, localização da queda, se há sobreviventes ou não, dentre outras, o SALVAERO aciona os Esquadrões de Busca e Salvamento da FAB. Trata-se de militares treinados e preparados para a localização ou resgate a bordo de aeronaves equipadas.

Normalmente, a atuação é feita por meio dos helicópteros H-36 Caracal e H-60L Black Hawk, aeronaves mais indicadas para o cumprimento deste tipo de missão, em razão da versatilidade e características de voo.

Atualmente, a FAB conta com dez Esquadrões de Busca e Salvamento e estão localizados em Campo Grande (MS), Parnamirim (RN), Rio de Janeiro (RJ), Santa Maria (RS), Manaus (AM), Canoas (RS) e Belém (PA).

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