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Data: 20/09/2024

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20/09/2024 14:44

Gilberto Braga, autor de novelas da Globo falece aos 75 anos, no Rio de Janeiro

Morreu aos 75 anos, no Rio de Janeiro, o autor de novelas Gilberto Braga. Ele estava desde a última sexta-feira (22) internado no hospital Copa Star, em Copacabana.

Gilberto Braga teve uma perfuração no esôfago e já vinha com outros problemas de saúde, como cirurgia na coluna, outra no coração, Alzheimer e uma hidrocefalia, que o deixou com dificuldades para andar. Ele já estava há 5 anos recluso em seu apartamento, no Rio de Janeiro, por causa dos problemas de saúde. A perfuração do esôfago causou uma infecção generalizada e Gilberto Braga não resistiu.

Carreira 

Uma das personagens mais marcantes da carreira do autor de novelas foi Odete Roitman. Mas não foi só ela. Criou dezenas de outras vilãs e mocinhas que caíram no gosto do público, em tramas que prendiam qualquer um na frente da televisão. Ganhou, inclusive, um Emmy Internacional de Melhor Telenovela, com “Paraíso Tropical” (2008).

Conforme o site G1, Gilberto assinou 21 novelas na Globo:

“Corrida do Ouro” (1974)
“Helena” (1975)
“Senhora” (1975)
“Bravo!” (1975)
“Escrava Isaura” (1976)
“Dona Xepa” (1977)
“Dancin’ Days” (1978)

“Água Viva” (1980)
“Brilhante” (1981)
“Louco Amor” (1983)
“Corpo a Corpo” (1984)
“Vale Tudo” (1988)
“Rainha da Sucata” (1990) – colaboração
“Lua Cheia de Amor” (1990) – supervisão
“O Dono do Mundo” (1991)

“Pátria Minha” (1994)
“Força de um Desejo” (1999)
“Celebridade” (2003)
“Paraíso Tropical” (2007)
“Insensato Coração” (2011)
“Lado a Lado” (2012) – supervisão
“Babilônia” (2015)

Também conforme o G1, foi autor de cinco minisséries:

“Anos Dourados” (1986)
“O Primo Basílio” (1988)
“A, E, I, O… Urca!” (1990) – produção musical
“Anos Rebeldes” (1992)
“Labirinto” (1998)
E outros formatos de programas na emissora:

“Dama das Camélias” (1973)
“As Praias Desertas” (1973)
“O Preço de Cada Um” (1973)
“Mulher” (1974)
“Feliz na Ilusão” (1974)

Gilberto Braga

Sucesso de Gilberto Braga

A novela Dancin’ Days (1978) alcançou grande sucesso e marcou a estreia de Gilberto Braga no horário nobre, como  autor titular, além de ter sido a primeira novela contemporânea e adaptação de romance consagrado. A trilha sonora internacional, basicamente com canções de discoteca, foi um sucesso de vendagem, com mais de 1,5 milhão de cópias, assim como a trilha nacional, com 1 milhão de cópias, estimulando o crescimento de novas casas do gênero. A novela também lançou diversos modismos,, como voos de asa delta e meias de lurex usadas com sandália.

Rede Globo informou que Gilberto Braga chegou a cursar Direito e a prestar concurso para o Itamaraty, mas não avançou em nenhuma das duas carreiras. Atuou como professor de francês e foi crítico de teatro e cinema no jornal O Globo, entre outras funções, tudo isso antes de se dedicar exclusivamente à teledramaturgia.

O novelista assinou – sozinho ou em parceria com renomados autores – grandes sucessos e tinha como um dos traços mais marcantes de suas obras a crítica social. Normalmente, suas histórias eram ambientadas na cidade do Rio, por onde tinha o prazer e o hábito de caminhar pelas ruas, o que fazia dele um grande entendedor da vida carioca.

Seu primeiro trabalho na Globo foi em 1972, com uma adaptação de A Dama das Camélias para o programa Caso Especial, com direção de Walter Avancini. A história foi protagonizada por Glória Menezes. Depois, vieram outros episódios para o programa. Um deles, especificamente, fez muito sucesso à época: As Praias Desertas, que tinha no elenco Dina Sfat, Yoná Magalhães e Juca de Oliveira.

A experiência de escrever uma novela veio em 1974. Sob o título A Corrida do Ouro, Gilberto Braga assinou a trama ao lado de Lauro César Muniz e Janete Clair. Ele tinha apenas 29 anos e sua grande fonte de inspiração e formação foi Janete, como fazia questão de dizer em entrevistas que concedeu ao longo da carreira.

Vieram, então, as adaptações Helena e Senhora, ambas exibidas em 1975. Nesse mesmo ano, assumiu o desafio de dar continuidade à novela Bravo!, de Janete Clair. A autora precisou se dedicar a um novo projeto e Gilberto passou a assinar a autoria da trama, que foi ao ar no horário das sete.

Seu primeiro grande sucesso, no entanto, foi  Escrava Isaura, exibida em 1976, um marco da teledramaturgia nacional. Gilberto assinou a adaptação que o tornou muito conhecido quando tinha apenas 31 anos. Escrava Isaura é uma das obras mais vendidas e exibidas no mercado internacional.

Gilberto Braga

Em 1977, Gilberto Braga escreveu Dona Xepa, que narrava a história de uma popular feirante, vivida por Yara Cortes. Exibida no horário das seis, a obra obteve o melhor desempenho de audiência da faixa até então. A estreia no chamado horário nobre, das 20h, foi em 1978, com Dancin’ Days. Sonia Braga despontava no papel principal – que tinha a personagem de Joana Fomm como antagonista. Em 1980, escreveu Água Viva, que contou com a coautoria de Manoel Carlos a partir do capítulo 57. Na novela Brilhante, de 1981, Gilberto teve a contribuição de Euclydes Marinho e de Leonor Bassères. O autor repetiu a parceria com Leonor em suas duas obras seguintes: Louco Amor (1983) e Corpo a Corpo (1984).

Gilberto Braga escreveu em 1986 sua primeira minissérie, Anos Dourados, com direção de Roberto Talma. Tratava-se de uma história ambientada durante o governo JK. O casal protagonista foi vivido por Malu Mader e Cássio Gabus Mendes. Gilberto também assinou a produção musical da minissérie. O autor nunca escondeu a sua ligação com o universo da música. Ele escolhia grande parte das trilhas sonoras de suas novelas e os temas dos personagens.

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