O IGP-M (Índice Geral de Preços — Mercado), usado no reajuste dos contratos de aluguel do país e nos preços de matérias-primas, caiu 0,64% em setembro. É a 1ª queda mensal do índice desde fevereiro de 2020.
Os dados foram divulgados nesta 4ª feira (29.set.2021) pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Com o recuo de setembro, a inflação do aluguel acumula alta de 16% no ano. Em agosto, o acumulado era de 16,75%.
O resultado de 12 meses também recuou e de forma mais acentuada. No mês passado, o acumulado do período era de 31,12%. Em setembro, o acumulado de 12 meses ficou em 24,86%.
Ainda assim, o índice ficou bem acima dos 17,94% acumulados em setembro de 2020. Também é o maior percentual para o mês desde 1994, quando o Plano Real estava sendo implementado. O motivo para o IGP-M ter recuado é o minério
de ferro, segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV.
“A queda de 21,74% registrada no preço desta commodity foi a principal contribuição para o resultado do índice. Sem o minério de ferro, o IGP-M teria registrado alta de 2,37% em agosto e de 1,21% em setembro.”
O minério de ferro está com seu preço em queda por causa das incertezas no mercado chinês. A China importa cerca de 80% da produção global do insumo. Com esse cenário, o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), um dos componentes
do IGP-M, caiu 1,21% em setembro. Além da queda das matérias-primas brutas, que caiu 5,74% no mês, o índice foi fortemente afetado pelos alimentos in natura, que desaceleraram: de uma alta de 8,28% em agosto para 4,38% agora.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) por outro lado, teve alta neste mês. O índice subiu 1,19%, pressionado pelo preço de habitação (alta de 2%) e de eletricidade (5,75%). A conta de luz mais cara tem aumentado a inflação do consumidor nos últimos meses. Atualmente, o Brasil passa por uma crise hídrica. Para evitar apagões, o governo está utilizando usinas termelétricas, que poluem mais e geram energia mais cara. Esse custo é repassado para o consumidor.
No fim de agosto, o governo anunciou, a chamada “bandeira escassez hídrica”, no valor de R$ 14,20 por 100 kWh. É quase 50% a mais que o do patamar 2 da bandeira vermelha que estava em vigor, de R$ 9,49. O último índice a compor o IGP-M, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) subiu apenas 0,56% em setembro, como em agosto. A mão de obra tiveram alta de 0,27% em seu preço. Já os materiais e equipamentos variaram 0,89% e os serviços, 0,56%.
O que é o IGP-M?
O índice é o principal indexador de tarifas de serviços como, por exemplo: internet, energia elétrica, TV por assinatura, planos de saúde, mensalidades escolares, utilizado no reajuste. E, em especial, na correção anual dos contratos de aluguéis residenciais. Tanto que, pelo seu uso no mercado imobiliário, o indicador ficou conhecido como “Inflação do aluguel”.
O IGP-M sofre influência considerável, por exemplo, das oscilações do dólar e de outros indicadores. Ou seja, varia de acordo com o momento econômico.
O índice é a base usada pelo QuintoAndar pra calcular o reajuste anual dos contratos de aluguel firmados com propostas feitas até 25/11/2020. O cálculo considera a variação acumulada nos últimos 12 meses.
Fundação Getúlio Vargas
O IGP-M é aferido mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) e apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta, ou mês de referência, sendo utilizado no reajuste de serviços.
Calendário do IGP-M 2021 Fundação Getúlio Vargas
Confira as datas de divulgação do IGP-M pela Fundação Getúlio Vargas a cada mês do ano de 2021.
- Janeiro: dia 28 ✅
- Fevereiro: dia 25 ✅
- Março: dia 30 ✅
- Abril: dia 29 ✅
- Maio: dia 28 ✅
- Junho: dia 29 ✅
- Julho: dia 29 ✅
- Agosto: dia 30 ✅
- Setembro: dia 29 ✅
- Outubro: dia 28
- Novembro: dia 29
- Dezembro: dia 29
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