“Já que não podemos vender, vamos emprestar os gibis, mas com uma fichinha preenchida com a data de devolução e outros dados”, explicou a aluna da rede municipal, Anna Caroline Rodrigues Pereira, de 10 anos, sobre como funciona a ‘Locadora de Gibis Mega H.Q’, uma iniciativa dos alunos do 4º ano da EMEF Décio Moreira, para a Feira de Empreendedorismo do JEPP – Jovens Empreendedores Primeiros Passos.
A ação encerrou o projeto realizado pela Prefeitura de Jacareí, por meio da Secretaria Municipal de Educação, em parceria com o Sebrae, em todas as escolas municipais, durante o ano letivo. O JEPP teve como objetivo desenvolver a cultura do empreendedorismo entre 2508 crianças de 25 escolas municipais, com a participação de 94 professores.
O Sebrae forneceu todo o material e as apostilas. “Como não estávamos com a intenção de manusear o dinheiro físico, por causa da pandemia, resolvemos trabalhar com doações”, destacou a diretora da escola, Paula Bertapeli. “Entendemos que o resultado do empreendimento é o financeiro, mas demos ênfase para o caminho deste processo”, ressaltou a diretora.
Temas Diversos
Durante todo o ano, foram desenvolvidos vários temas nas EMEFs, para cada turma. Os alunos do primeiro ano trabalharam com as Ervas Aromáticas, o segundo com Temperos Naturais, o terceiro com as Oficinas de Brinquedos Ecológicos, o quarto com as Locadoras de Produtos e o quinto com Sabores e Cores.
Por meio das atividades propostas, os alunos conversaram, pesquisaram, jogaram, debateram, se conheceram, descobriram novas realidades e oportunidades, e formaram suas percepções de mundo, aprimorando habilidades socioemocionais, para que se tornem protagonistas no presente e agentes transformadores no futuro.
O material oferecido pelo Sebrae tem uma linguagem apropriada para cada faixa etária e por conteúdo curricular. “Toda a equipe esteve envolvida neste trabalho de incentivo à prática do empreendedorismo, com a metodologia do Sebrae”, destacou a secretária de Educação de Jacareí, Maria Thereza Ferreira Cyrino.
Empreendedorismo
Empreendedorismo é o processo de iniciativa de implementar novos negócios ou mudanças em empresas já existentes. É um termo muito usado no âmbito empresarial e muitas vezes está relacionado com a criação de empresas ou produtos novos, normalmente envolvendo inovações e riscos.
Pessoas como Bill Gates e Steve Jobs são consideradas empreendedoras por terem inovado no ramo da tecnologia, como no desenvolvimento de sistemas operacionais, no caso de Bill Gates.
O empreendedorismo está muito relacionado com a questão de inovação, na qual há determinado objetivo de se criar algo dentro de um setor ou produzir algo novo. Diversas startups, por exemplo, inovam-se dentro de um setor existente.
Escola Neoclássica
As escolas clássica, neoclássica e Keynesiana de economia, e, em geral, o dito mainstream econômico dificilmente tratam da existência do empreendedor, isto se dá por conta do fato de que estas escolas de pensamento econômico tendem, de acordo com Block, Bernett and Wood (2002) a usar o chamado modelo de equilíbrio geral no qual as empresas estão inseridas num modelo de competição perfeita caracterizada por: homogeneidade nos produtos e serviços, tamanho reduzido das empresas de maneira a serem incapazes de influenciar os preços de mercado e informação completa e disponível para todos os participantes do mercado.
Neste tipo de ambiente não há espaço para mudança, para inovação e assim não há espaço para o empreendedor, salientam os autores:
Se o modelo neoclássico de competição perfeita fosse uma explicação correta da realidade, ou se fosse mesmo próximo disso, não haveria a necessidade de propaganda, marketing, brokering [atravessadores] ou de nenhuma outra instituição que lida com a falta de conhecimento sobre produtos ou serviços por parte de produtores ou consumidores
Apesar disso, e de certa maneira algo controverso, é sabido que o papel do empreendedor de criar e implementar inovação está no centro de qualquer tipo de modelo econômico que funcione bem a longo prazo. Como diz Schumpeter (1942), ele é o agente responsável pela destruição criativa e portanto, pelo interminável fluxo de novidades e mudanças oferecidas pelas empresas aos consumidores no mercado.
Uma das únicas escolas de economia que de fato estuda o empreendedor é a Escola Austríaca, nela o empreendedor é considerado o centro da atividade econômica e o agente da mudança (Kirzner, 1997; Salerno, 2008).
Economia
Na economia Segundo a tradição austríaca, tudo começa com o valor subjetivo, não importa o que as empresas pensam sobre seus produtos, só os consumidores é que apontarão o valor dos produtos e pagarão por eles de acordo com o valor percebido, conceito este muito ligado à democracia do mercado, como defendia Mises (Peterson, 2005). Como defende Hunt (2002).
É a subjetividade do valor que faz com que uma vasta gama de produtos e serviços esteja disponível numa economia de livre mercado, produtos estes provenientes das mais diferentes companhias, os nichos emergem e as empresas se apoiam nas inovações para descobrir e especialmente criar novos mercados.