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João Batista do Couto Neto, 46 anos, médico suspeito de causar a morte de 42 pacientes e lesões em outros 114 em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, atendeu em unidades do SUS (Sistema Únicos de Saúde) em duas cidades do Vale do Paraíba antes de ser preso.
Ele foi preso na última quinta-feira (14) dentro do Hospital Fusam (Fundação de Saúde e Assistência do Município de Caçapava), em Caçapava, enquanto trabalhava.
Couto Neto teve a prisão preventiva decretada após ser indiciado pela Polícia Civil por homicídio doloso (quando há intenção de matar) em três inquéritos, no fim de novembro.
De acordo com dados do Datasus, do governo federal, Couto Neto teve vínculo de trabalho nas cidades de Jacareí e Queluz, atendendo pacientes na rede pública. No total, ele soma 42 horas dedicadas ao atendimento nos dois municípios.
CIDADES
Em Jacareí, o médico atendeu como generalista na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Parque Meia Lua, com 12 horas de trabalho. Ele ainda somou seis horas de atendimento na Santa Casa da cidade, pelo SUS, e mais seis na rede privada da mesma unidade, ambos como médico clínico.
No momento da contratação, segundo informou a Prefeitura de Jacareí, Couto Neto tinha todas as credenciais que permitiam exercer o ofício, além de nenhuma pendência criminal. O médico foi dispensado do atendimento em Jacareí quando o governo municipal soube das acusações que pesavam contra ele.
Na cidade de Queluz, segundo dados do Datasus, Couto Neto acumulou 24 horas de atendimento no ambulatório do Hospital Municipal, como médico clínico de pacientes do SUS.
A Prefeitura de Queluz informou que ele foi indicado por outro profissional para assumir o plantão após um imprevisto.
Em fevereiro deste ano, Couto Neto se registrou no Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), que confirmou estar ciente de que o médico enfrentava uma suspensão em sua licença, mas que é “obrigado a efetuar o registro do médico” por se tratar, na época, de uma restrição parcial.
CAÇAPAVA
Em Caçapava, na Fusam, o médico atendia desde 8 de novembro no pronto-socorro e em visitas de clínica médica. A unidade informou que ele prestava serviços no hospital por meio de um contrato com a empresa Archangelo Clínica Médica, sem vínculo direto com o hospital.
A contratação foi efetivada, segundo a Fusam, porque na ficha de Couto Neto no Cremesp não havia nenhuma restrição contra ela.
O médico ainda aparece com atendimento nas cidades paulistas de Amparo, Embu das Artes, Guarujá, Pariquera-Açu, Pedreira e Serra Negra, além das cidades gaúchas de Dois Irmãos, Esteio e Novo Hamburgo, de onde partiram as acusações contra ele.