A mobilidade urbana latino-americana sofreu grandes alterações durante a pior fase da pandemia. É o que aponta uma pesquisa feita nas principais capitais da América do Sul, que mostra que, por medo do coronavírus, o transporte público passou a ser uma das últimas opções de mobilidade.
As pessoas foram entrevistadas remotamente em Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Também foram ouvidos moradores de Bogotá, Buenos Aires, Lima, Quito e Santiago. O estudo foi feito pela PUC do Chile em parceria com a WRI, um instituto de pesquisa global com atuação em mais de 60 países. No Brasil, o levantamento mostrou que o uso de bicicletas e a prática de caminhadas também diminuíram. No entanto, em Buenos Aires e Bogotá essas modalidades de locomoção aumentaram. Nas nove cidades pesquisadas, mais de 50% dos entrevistados reduziram o uso do transporte coletivo por medo de se infectar pelo coronavírus. E o trabalho remoto também contribuiu pra isso.
Em São Paulo, a redução foi de 82% da população. Nas outras cidades brasileiras, a redução no transporte público ficou assim: 63% em Belo Horizonte, 66% em Porto Alegre e 78% Rio de Janeiro. A gerente de mobilidade urbana da WRI Brasil, Cristina Albuquerque, afirma que o cenário tende a mudar ainda mais, mesmo com a “volta ao normal”. “O grande objetivo da pesquisa é justamente entender como as pessoas estão se deslocando ou deixando de se deslocar durante a pandemia, mas também vamos fazer uma segunda leva de pesquisa para ver como isso alterou desde o ano passado até agora”, afirmou. A segunda etapa, já iniciada, pretende saber se com a vacinação o uso do transporte público será retomado e quais impactos o transporte público vai sofrer nas principais capitais.
De: Jovem Pan