Foto: Jovem Pan
Menos de 24 horas das as eleições do México serem realizada, as autoridades eleitorais suspenderam, neste sábado (1) a votação deste domingo (2) em dois municípios do sul do México, após atos violentos que impediram a instalação de cabines de votação. A medida afeta as localidades de Pantelhó e Chicomuselo, em Chiapas (sudeste), onde foi “determinado não realizar eleições” devido à “situação de violência e ingovernabilidade”, informou em comunicado o Instituto Eleitoral (IEPC) desse estado fronteiriço com a Guatemala. A autoridade eleitoral mencionou “atos de violência” como o ocorrido na manhã de sexta-feira, quando um grupo de desconhecidos queimou papel timbrado das eleições nas instalações do IEPC em Chicomuselo. Os funcionários eleitorais destacados nesse município, que é disputado por dois cartéis do narcotráfico, também denunciaram ameaças. Em 14 de maio, em um sector de Chicomuselo, foram localizados os corpos de onze pessoas, entre elas dois catequistas da Igreja Católica.
No caso de Pantelhó, as autoridades eleitorais assinalaram que, diante da presença de supostos criminosos armados, tem sido impossível convocar e capacitar cidadãos para trabalhar nas eleições. A violência recrudesceu em Chiapas antes mesmo do processo eleitoral por disputas entre os cartéis Jalisco Nueva Generación (CJNG) e Sinaloa, as duas maiores organizações criminosas do México. Desde setembro do ano passado, cerca de 25 candidatos que participariam destas eleições foram assassinados, entre eles pelo menos três em Chiapas. Em uma estrada neste estado, no dia 21 de abril, a candidata presidencial da situação e líder nas pesquisas, Claudia Sheinbaum, foi retida brevemente por homens encapuzados. Desde dezembro de 2006, quando o governo federal lançou uma polêmica ofensiva militar antidrogas, o México contabiliza mais de 450.000 assassinatos e aproximadamente 100.000 desaparecidos, segundo dados oficiais.