A ministra do Esporte, Ana Moser, disse que vê com bons olhos a possibilidade do Brasil sediar a Copa do Mundo Feminina em 2027. Segundo ela, a Fifa considera como positiva a candidatura do Brasil, principalmente na questão da infraestrutura. O Brasil tem uma estrutura muito além do que é necessário para acontecer, construída para a Copa de 2014, mantida e ampliada. Estádios, hotéis, aeroportos, etc… Toda essa estrutura é uma vantagem para a candidatura do Brasil”, afirmou, em entrevista coletiva.
Nos últimos dias, a chefe da pasta esteve na Austrália e na Nova Zelândia, acompanhando o início do Mundial. “Estamos superando a visão de que o futebol feminino não é rentável ou não é interessante. Houve recorde de ingressos vendidos, com capacidade máxima dos estádios. Trabalharam ingressos mais acessíveis, o que chamamos aqui de ingresso social. Ouvimos de representantes de marketing sobre atrelar valores de família, superação, coletivo, valores que o esporte feminino traz. Também é esperado um retorno em termos de turistas voltado ao evento”, disse Ana Moser.
Para Ana Moser, o Brasil tem de usar as duas nações oceânicas como exemplo para ter uma Copa do Mundo que deixe algum legado ao país. “A visão do legado é um legado planejado, algo que se tem muito, especialmente na Austrália. Dez eventos em dez anos. 17 grandes eventos mundiais em 20 anos e cada evento com um legado planejado previamente, voltado ao desenvolvimento da modalidade no País, em torno do esporte de uma maneira geral”, afirmou.
A ministra também falou sobre o estudo que servirá de base para políticas públicas relacionadas ao futebol feminino, como parte do Decreto n° 11548, da Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, assinado pelo presidente Lula (PT) em março. Durante a elaboração do relatório, ela identificou uma série de limitações no desenvolvimento da modalidade. “É preciso um calendário melhor, mais amplo, dar a oportunidade de atletas terem uma temporada inteira, um número maior de investimento nos clubes para que tenha mais jogadoras profissionais que amadoras. Outro ponto é um projeto de lei para a questão dos contratos. Toda essa questão, de contratos trabalhistas, aposentadoria, algo nessa linha, está resolvido para uma pequena parcela, que é o futebol masculino, mesmo assim com uma série de questões. É preciso avançar em termos de legislação para isso”, afirmou. “Também fomentar a criação e desenvolvimento de centros de formação para desenvolvimento de tecnologia, metodologia, para poder ser referência no Brasil. É uma mobilização do setor para avançar essas questões.
Sobre sua permanência na pasta, Ana Moser afirmou que essa possibilidade ficar ou sair do Ministério do Esporte, está nas mãos do presidente Lula.