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05/10/2024 09:22

Papa Francisco é chamado de “servo de Satanás” após dar bênçãos a casais homossexuais

Foto: Reprodução

Líderes de vertentes conservadoras na Igreja Católica recentemente expressaram sua oposição à postura adotada pelo Papa Francisco, que permitiu a concessão de bênçãos a casais compostos por pessoas do mesmo sexo. Na última quinta-feira (21/12), o Arcebispo Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico nos Estados Unidos, fez críticas contundentes ao pontífice, acusando-o de ser um “servo de Satanás”.

Viganò proferiu tais declarações em um vídeo, argumentando que “o demônio, ao tentar nos conduzir ao pecado, realça o suposto bem nas ações maléficas, obscurecendo os aspectos contrários aos mandamentos divinos”. Em suas palavras, o arcebispo desafeto de Francisco mencionou a presença de “falsos pastores e servos de Satanás, começando pelo usurpador sentado no trono de Pedro”.

As alegações do arcebispo, conhecido por sua negação da pandemia de Covid-19, surgiram três dias após a Santa Sé autorizar a bênção a casais homoafetivos e àqueles considerados “em situação irregular”, termo utilizado para descrever aqueles em sua segunda união após um divórcio. Contudo, a instituição não revisou sua proibição ao casamento entre indivíduos do mesmo sexo.

Segundo Viganò, representante da ala ultraconservadora da igreja, a postura adotada pelo Vaticano é uma “falsa demonstração de cuidado pastoral para com adúlteros e sodomitas”.

Posteriormente, o cardeal alemão Gerhard Ludwig Muller expressou em entrevista à imprensa italiana neste sábado (23/12) que abençoar um casal formado por pessoas do mesmo sexo é uma “blasfêmia”.

“Minha declaração não é fundamentada em minha autoridade oficial ou pessoal, mas sim na autoridade da revelação divina. Devemos corresponder à ‘verdade de Deus’, em conformidade com os mandamentos, e agir contrariamente a isso é um pecado grave”, afirmou o Cardeal, também conhecido por sua oposição a Francisco.

“Se as relações sexuais fora do casamento contradizem a vontade de Deus, então não podem ser abençoadas, ou seja, consideradas boas de acordo com a vontade do Criador”, acrescentou.

O texto aprovado pelo papa na segunda-feira (18/12) enfatiza que a concessão da bênção litúrgica a casais homoafetivos não deve ser equiparada ao matrimônio. “Essa bênção jamais será celebrada simultaneamente a ritos civis de união, nem em associação a estes, para evitar qualquer confusão com a bênção sacramental do matrimônio”, afirma um trecho.

Esta é a primeira vez que a Igreja Católica abre espaço para a bênção de casais do mesmo sexo. O tema tem gerado tensões, especialmente devido à vigorosa oposição por parte da ala conservadora da instituição religiosa, principalmente nos Estados Unidos, já bastante crítica em relação a Francisco.

Ao considerar a concessão de bênçãos àqueles que não se adéquam às normas da doutrina moral cristã, o documento indica que tais gestos devem ser compreendidos como atos de devoção, e aqueles que as solicitam “não necessariamente precisam possuir uma perfeição moral prévia” para recebê-las.

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