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Data: 21/11/2024

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21/11/2024 07:15

Poliomielite: Vacina injetável substitui a ‘gotinha’ contra pólio em todo o País

Foto: Reprodução

A partir do dia 4 de novembro, o Brasil implementará uma mudança importante em sua estratégia de combate à poliomielite, substituindo as doses de reforço com a vacina oral poliomielite (VOP) – a famosa “gotinha” – pela vacina inativada poliomielite (VIP), administrada por injeção.

De acordo com o Ministério da Saúde, a alteração está alinhada com uma tendência mundial de utilização da VIP, composta por partículas do vírus, em detrimento da versão oral, produzida com o vírus atenuado.

Segundo o médico infectologista Fernando Chagas, um dos benefícios da substituição é que mais pessoas podem receber a vacina injetável. Por ser um imunizante que não utiliza o vírus vivo atenuado, mesmo indivíduos com imunodeficiência podem ser vacinados.

Outra questão importante para a troca do tipo de vacinação é a transmissão ambiental, afirma Silvia Nunes Szente Fonseca, médica pediatra e infectologista. Por se tratar de um produto oral, uma parcela do vírus atenuado presente na VOP é eliminada nas fezes das crianças vacinadas, disseminando o chamado “vírus vacinal da poliomielite”.

No passado, essa eliminação pelas fezes foi importante por colocar a população em contato com o vírus enfraquecido em locais onde não havia saneamento básico, incentivando a produção de anticorpos nesses indivíduos. O problema é que, em casos raros, pode haver mutação do vírus no ambiente, desencadeando a doença. “A vacina injetável, em que o vírus é inativado, elimina o risco de mutação do vírus no ambiente”, diz Silvia.

Outro aspecto positivo é a simplificação do esquema vacinal. Com a mudança, todas as doses da vacina serão injetáveis. As três primeiras doses, que já eram da VIP, continuam sejam dadas aos 2, 4 e 6 meses de idade e, aos 15 meses, as crianças receberão uma dose de reforço, agora injetável, no lugar da gotinha.

A segunda dose de reforço, que anteriormente era administrada de forma oral aos 4 anos, não será mais necessária. “A vacina foi potencializada, então a vacina por injeção não necessita de segunda dose de reforço”, diz Chagas.

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