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Datas esquecidas: Por que 9 de julho é feriado?

9 de julho, ainda não sabe do que se trata?
Então é melhor voltar no tempo e aprender um pouco de história.

O Dia 9 de julho é feriado estadual em São Paulo, mas você já parou para pensar o que é comemorado nesta data? Na história paulista e brasileira, o dia marca o início do movimento conhecido como “Revolução Constitucionalista” ou “Revolução de 1932”.

Um pouco antes, no ano de 1930, aconteceu outra revolução. Chamada de “Revolução de 30″, ela foi liderada por políticos e militares que tiraram o então presidente Washington Luís do poder e colocaram Getúlio Vargas em seu lugar. Esta revolução marcou o fim da República Velha, quando o país era governado pelos grandes fazendeiros de café de Minas Gerais e São Paulo, e deu início à “Era Vargas”, que durou 15 anos.

Mas, tão logo sentou na cadeira de presidente, Getúlio Vargas fez uma coisa que desagradou a muitos brasileiros: ele deu amplos poderes para si mesmo e aboliu o Congresso e as Câmaras Municipais, que faziam as leis. Ele também demitiu os governadores dos Estados e colocou “interventores” em seus lugares.

O pior é que, antes disso, Getúlio Vargas havia declarado que o país precisava de uma nova Constituição. Mas, dois anos depois de assumir o poder, Vargas não havia tomado nenhuma providência neste sentido.

As atitudes do presidente geraram grande insatisfação. Em maio de 1932 foi realizado um comício, reivindicando uma nova Constituição para o Brasil. A manifestação foi reprimida pela polícia e terminou em conflito armado. Quatro estudantes morreram: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Em homenagem a eles, o movimento constitucionalista passou a se chamar MMDC, sigla formada pelas iniciais de seus nomes.

movimento reivindicava novas eleições e a promulgação de uma nova constituição.

VEJA TAMBÉM: Datas esquecidas: 23 de maio – MMDC

Dois meses mais tarde, justamente no dia 9 de julho de 1932, explodiu a revolta dos grupos constitucionalistas. Lideradas por Isidoro Dias Lopes, as tropas dos rebeldes ocuparam as ruas de São Paulo. A população saiu às ruas para apoiar a revolução.

9 DE JULHO

O estado esperava contar com tropas de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, mas não obtiveram sucesso. A revolta teve ajuda da população que doou pertences de ouro para a aquisição de munição.

Foram registrados fortes conflitos armados entre os revoltosos e as forças varguistas no Vale do Paraíba, região de divisa entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Mas o governo federal tinha armas melhores e mais soldados. Até aviões eles usaram para bombardear cidades do interior paulista. Como outros estados não apoiaram São Paulo, após três meses de luta os constitucionalistas

Depois de perderem muitos combatentes, o movimento paulista se rendeu em 2 de outubro do mesmo ano. O confronto deixou mais de 900 pessoas mortas.

Este foi o maior confronto militar que aconteceu no Brasil no século XX. Apesar da grandeza da revolução, somente dois anos depois, em 1934, o povo conseguiu eleger uma assembleia para promulgar uma nova Constituição do país.

Para saber mais sobre o 9 de Julho, assista o excelente filme/documentário “A guerra dos paulistas” exibido pela TV Cultura.

 

FERIADO ESTADUAL DE 9 DE JULHO

Lei Federal n. 9.093, de 12 de setembro de 1995, sancionada pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, que dispõe sobre feriados, determina que a data magna do Estado, fixada em lei estadual, feriado civil. Assim sendo, no Estado de São Paulo, o então Deputado Guilherme Gianetti apresentou o Projeto de Lei n. 710/1995, que deu origem a Lei Estadual n. 9.497, de 05.03.1997, instituindo o dia 9 de julho como feriado civil do Estado.

Por que 9 de julho?

Nessa data comemora-se a deflagração da Revolução Constitucionalista de 1932, considerada a data magna do Estado de São Paulo.

Além dos interesses da oligarquia paulista, a Revolução Constitucionalista de 9 de julho tem raízes na tradição liberal democrática de amplas alas da sociedade urbana estadual.

Os rebeldes paulistas perderam no combate militar contra o governo federal, no entanto, em 1934, uma das demandas da revolta foi atendida, com uma nova Assembleia Constituinte e a promulgação da nova Constituição. O Congresso foi reaberto e os partidos políticos, extinguidos no golpe de 1930, voltaram a atuar.

Getúlio Vargas foi eleito presidente por eleições indiretas. Já Armando Sales, interventor de SP nomeado em 1933, foi eleito governador do estado por meio da constituinte estadual em 1935.

Pela cidade de São Paulo existem várias homenagens ao movimento. Algumas delas são os nomes das avenidas “9 de julho”, “23 de maio”, e das ruas “MMDC” e “Pedro de Toledo”.

Outra grande homenagem é o Obelisco do Ibirapuera, monumento que abriga os restos mortais dos quatro estudantes que morreram na manifestação de 23 de maio e outros soldados mortos em combate durante a revolta.

Cruzeiro Capital da Revolução Constitucionalista de 1932

Cruzeiro, cidade do Vale Histórico, é reconhecida oficialmente como “Capital da Revolução Constitucionalista de 1932”, em virtude de fatos historicamente importantes deste conflito terem ocorrido em seu território, notadamente no “Grande Túnel da Mantiqueira”, palco dos mais ferrenhos combates da “Guerra Paulista”, sendo a localidade mais lembrada por ex-combatentes e historiadores no que se refere à “Revolução de 1932”.

9 de julho

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo instituiu, mediante a Lei nº 13.203, de 10 de setembro de 2008, o “Dia de Outorga ao Município de Cruzeiro do Título Honorífico de Capital da Revolução Constitucionalista de 1932”, a ser comemorado, anualmente, no dia das comemorações da Revolução Constitucionalista de 32, no dia 09 de julho, feriado estadual.

Também está tramitando na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Federal nº 5.189, de 04 de maio de 2016, que reconhece o município de Cruzeiro, no Estado de São Paulo, como “Capital da Revolução Constitucionalista de 1932”, inclusive com parecer favorável da Comissão de Cultura.

No próximo dia 9 de julho, o Estado de São Paulo irá festejar os ideais constitucionalistas comemorando os 90 anos da Revolução de 1932.

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