Por que maio amarelo?

Chegamos a mais um mês de maio e novamente as redes sociais e meios de comunicação, fomentando uma corrente altruísta de cidadania, reiniciam a Campanha Maio Amarelo, uma mobilização internacional de conscientização para a redução dos acidentes no trânsito.

A escolha do mês não foi por acaso, ela se deu pelo fato de que 11 de maio de 2011, a ONU decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito.

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a resolução que definiu o período de 2011 a 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”.

O documento foi fundamentado no estudo da OMS – Organização Mundial da Saúde, que apurou que em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países, dentre elas 50 milhões de pessoas em média sobreviveram sequeladas.

Por aqui, Observatório Nacional de Segurança Viária, o maio amarelo alerta para o retrato situacional de três mil vidas perdidas por dia, a nona maior causa de mortes no mundo. Sendo os acidentes de trânsito o primeiro responsável por mortes na faixa de 15 a 29 anos de idade; o segundo, na faixa de 5 a 14 anos; e o terceiro, na faixa de 30 a 44 anos, representado assim , um custo de US$ 518 bilhões por ano, algo em torno de 1% e 3% do PIB – Produto Interno Bruto de cada país.

Seguindo estas projeções, a OMS estima que o trânsito passaria a ser a quinta maior causa de mortalidade, com 2,4 milhões de mortes em 2030, e 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos.

Diante dos números assombrosos, a ONU reeditou a mobilização internacional e lançou a “2ª Década de Ação para a Segurança no Trânsito” para poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, milhões de vidas até 2030.

No Brasil o laço amarelo, cor da advertência no trânsito, teve como foco em 2021 o tema “Respeito e responsabilidade: pratique no trânsito”, temática que convida todos os cidadãos a assumirem cada um a sua parte na construção de uma mobilidade urbana mais segura e harmônica para todos.

Em tempos de ativismo digital e despertar participativo dos cidadãos brasileiros no debate dos temas nacionais, o Maio Amarelo e a pauta da segurança viária está posta na ordem do dia, para que muito mais que compartilhar o simpático laço amarelo em nossas time line, possamos debater e internalizar o comportamento de empatia e gentileza no trânsito, em respeito a vida e integridade física de todos que circulam pelas cidades e têm o direito de assim fazê-lo com plena segurança de movimento.

Respeitemos.

Edinho Guedes é Advogado, Professor Federal de Direito e Gestão, Secretário de Mobilidade Urbana de Jacareí-SP, pós graduado pela PUC, Escola de Governo da USP e mestre em gestão pública.

Maio Amarelo 2022

Abertura internacional conta com apoio de sociedades médicas de trauma e governos de vários países

Em sua 9ª edição, o movimento Maio Amarelo 2022 (https://www.maioamarelo.com/yellowmay) – criado pelo OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária (www.onsv.org.br) -, contará com abertura internacional na próxima segunda-feira (02/05), com início previsto para as 8h de Miami/EUA (International Trauma Tele Grand Round – Yellow May) (09h de Brasília), simultaneamente em diversos países, por meio de webinar on-line, com a participação de sociedades de trauma e governos locais em diversos países.

Segundo o diretor-presidente do OBSERVATÓRIO, José Aurelio Ramalho, “com esse apoio da Sociedade Panamericana de Trauma, coordenando uma ação em todos os continentes, convidando as associações ligadas ao trauma, ao atendimento às vítimas é muito importante para o movimento Maio Amarelo. Isso demonstra que estamos cada vez mais, avançando nos setores que antes, não tínhamos alcançado ainda. Isso é muito positivo para o movimento e para a redução no número de vítimas de ocorrências de trânsito”, destaca.

Para o Dr. Gustavo Fraga médico cirurgião, essa é uma oportunidade para chamar a atenção de toda a sociedade sobre a importância do engajamento coletivo para o comportamento mais responsável no trânsito, para evitar de centenas a milhares de eventos que resultam em lesões e mortes no trânsito.

“Como profissional de saúde, médico cirurgião que atende vítimas de trauma, é fundamental o engajamento de todos os profissionais de saúde porque essas vítimas de trânsito causam um grande impacto que dificulta o atendimento nas unidades de emergência de todo o país.

São casos de vítimas de uma doença que, quase totalmente prevenível, que devido a uma distração, comportamento irresponsável, serão atendidas nos prontos-socorros, gerar exames, tratamentos cirúrgicos, internações em terapia intensiva, etc.

Além do risco de morte que essas pessoas têm, são mais de 35 mil vítimas fatais no trânsito a cada ano. Então, a prevenção é o melhor caminho no que se refere aos eventos no trânsito e é importante que toda a sociedade brasileira esteja engajada nos cuidados a esse tipo de situação”, ressalta o Dr. Gustavo Fraga.