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Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), mostram que o Brasil reciclou apenas 4% dos quase 82 milhões de toneladas de detritos gerados no último ano.
Todo o restante foi parar em aterros controlados, lixões a céu aberto ou nas ruas e praças do país. Um número muito preocupante, visto que ao descartar os entulhos dessa forma, existe uma maior produção de gás metano (CH4), responsável por agravar o efeito estufa. Existe também a produção de chorume, líquido altamente poluente que, ao infiltrar no solo e alcançar os lençóis freáticos, contamina a água para consumo.
Para que essa realidade mude é necessário conscientizar as pessoas e promover cada vez mais o hábito da reciclagem. Mas, para que isso aconteça, Saville Alves, CEO da SOLOS, startup nordestina de impacto socioambiental, acredita que é preciso desmistificar certas dúvidas para ajudar as pessoas a darem pequenos passos. “Algumas coisas são tão comuns no nosso dia a dia que não percebemos o quanto podem proteger o meio ambiente. São dicas que muitas vezes ninguém nos conta. E se não formos atrás para descobrir, continuamos tratando a reciclagem de forma errada”, explica.
Mitos e verdades
Mito.
O papel, por exemplo, perde qualidade a cada ciclo novo e necessita da adição de fibras de celulose virgens a partir de um determinado momento. Ele pode ser reciclado, em média, entre cinco a sete vezes. O plástico, por sua vez, pode ser renovado entre uma a duas vezes para que não perca qualidade.
Cacos de vidro podem ser reciclados.
Verdade. Durante o processo de reciclagem, eles se tornam maleáveis e podem dar origem a novas formas de vidro, sejam grandes ou pequenas.
Todos os itens biodegradáveis são compostáveis.
Mito. Biodegradável significa que um item é capaz de se decompor com a ajuda de bactérias ou outros organismos vivos. Mas isso não significa que podem ser transformados com sucesso em adubo.
O isopor não pode ser reciclado
Mito. O isopor é um tipo de plástico, então pode sim ser reciclado. O que dificulta é o fato dele ser muito leve. Além de sua fonte não ser renovável, ele não se degrada na natureza, apenas é fragmentado em partículas menores, sendo a sua ingestão perigosa para aves e animais marinhos.
Os eletrônicos não devem ser destinados ao lixo comum
Verdade. Os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de eletrônicos são obrigados a oferecer um sistema de logística reversa para que os utensílios não sejam descartados em local incorreto. Existem inúmeros pontos de coleta para evitar que eles parem em aterros, causando impactos ambientais.