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Data: 24/11/2024

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24/11/2024 18:08

Trabalhadores da Avibras completam 700 dias de greve

Foto: Sindmetal

Nesta sexta-feira (9), os trabalhadores da Avibras Indústria Aeroespacial, localizada em Jacareí, alcançam 700 dias de greve, marcando o maior movimento grevista dos 68 anos de história do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas. A paralisação, que teve início em 9 de setembro de 2022, é uma reação à falta de pagamento de salários, situação que persiste até o momento.

A Avibras, uma das principais indústrias bélicas do Brasil, está em recuperação judicial e enfrenta uma dívida trabalhista estimada em cerca de R$ 280 milhões. A paralisação afeta mais de mil trabalhadores, que estão sem salários há 16 meses, além de estarem desprovidos de convênio médico e sem o recolhimento de INSS e FGTS.

Cobranças ao Governo

Durante esses 700 dias, o Sindicato dos Metalúrgicos tem pressionado o governo federal para adotar medidas que possam regularizar ao menos parte dos salários em atraso. Entre as propostas está a antecipação de R$ 60 milhões referentes a contratos da Avibras com as Forças Armadas.

O Sindicato já se reuniu com o vice-presidente Geraldo Alckmin em duas ocasiões (19 de janeiro e 9 de maio de 2023) e com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, em 20 de fevereiro de 2024. Apesar das reuniões e da gravidade da situação, nenhuma ação concreta foi tomada até o momento.

Tentativas de Venda e Ação Judicial

A tecnologia da Avibras tem atraído o interesse de empresas internacionais. Recentemente, a empresa australiana DefendTex negociou a compra da fábrica, mas a transação não foi concluída.

Além das negociações políticas, o Sindicato recorreu à Justiça em busca de uma solução para o pagamento dos salários dos trabalhadores. Uma ação civil coletiva foi ajuizada na 1ª Vara do Trabalho de Jacareí contra a Avibras e seu sócio majoritário, João Brasil Carvalho Leite. A ação solicita que o patrimônio pessoal do empresário seja utilizado para saldar as dívidas salariais.

A situação continua a evoluir, com trabalhadores e representantes sindicais mantendo a pressão em busca de uma resolução para o prolongado impasse.

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