URGENTE: Caminhoneiros param transporte de gasolina em 6 estados. Diante da paralisação de caminhoneiros nesta quinta-feira, longas filas nos postos de combustível e crise de abastecimento podem ocorrer nos próximos dias.
Com epicentro no Rio de Janeiro, transportadores de combustíveis iniciaram paralisação na madrugada desta quinta. Motoristas de Minas Gerais também aderiram ao movimento, e aguardando também trabalhadores do Espírito Santo e São Paulo.
Entretanto, tudo vai depender da adesão ao movimento da categoria em seguir com a greve. Segundo Gilberto Braga, professor do IBMEC, a mobilização dos motoristas de caminhão pode ter “um efeito um pouco menor do que 2018” para o consumidor final.
“É urgente, o risco maior é de desabastecimento, pois existe a memória do que ocorreu em 2018. O movimento foi crescendo e o governo não monitorou corretamente. Esse ano, o movimento começa com a Petrobras afirmando que o consumo de combustíveis aumentou e está pesando na produção”, explica Braga.
Na manhã de hoje (21), a Petrobras declarou que avalia aumentar o volume de importação de combustíveis para evitar a falta de gasolina e derivados de petróleo nas bombas. Para os caminheiros autônomos, a medida representa aumento do preço. Lideranças do movimento já alertaram para o risco de desabastecimento.
“Repito é urgente. É preciso entender qual será a extensão desse movimento. Eventualmente, um apelo do presidente Jair Bolsonaro pode frear ou diminuir a intensidade da adesão”, argumenta. “Aposto que terá um efeito um pouco menor do que 2018. Não acredito na elevação de preços, mas sim que os consumidores possam correr para abastecer seus carros, como já ocorreu em outros momentos”, lembrou o especialista.
“Neste momento, o combustível está tão caro que dificilmente haverá esse apelo nas bombas como foi antes. Nesse retorno de “normalidade”, houve mudança de hábitos, veículos sendo menos usados. Estamos na parte final do mês, a situação ainda é urgente, as pessoas estão sem dinheiro, então dificulta a corrida aos postos”, finalizou.
Em Minas, postos já ficam sem combustível
Alguns postos já registram desabastecimento após algumas horas de paralisação. Em Contagem, por exemplo, o gerente de um dos postos, contou que consumidores foram ‘encher o tanque, mesmo sem precisar’. Na cidade, álcool e a gasolina comum e a aditivada haviam acabado por volta das 12h.
Em Belo Horizonte, outro trabalhador afirmou que a entrega de combustível do dia está confirmada para as 21h, conforme publicou o jornal local O Tempo.
6 estados comprometidos
Caminhoneiros de empresas transportadoras de combustíveis de forma urgente decidiram paralisar as atividades a partir da meia noite desta quinta-feira 21. O movimento faz parte de um protesto organizado por sindicatos e associações de empresários do ramo.
O movimento, segundo os organizadores, pede a redução de preço do diesel, do gás de cozinha e da gasolina.
Seis estados devem participar da paralisação: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e parte da Bahia.
De acordo com os empresários, o Rio de Janeiro deve ser o foco principal das paralisações com cerca de
1.500 caminhões tanques de 300 empresas do setor. Em São Paulo, caminhões ficarão concentrados no Porto
de Santos e em frente a Refinaria de Paulínea.
Como se trata de movimento organizado por empresas, a paralisação não é considerada uma greve, mas sim
um lockout urgente.
“As empresas estão com acumulando prejuízos e falindo, e os preços dos alimentos continuam aumentando
por causa do encarecimento do transporte”, explica Ailton Gomes, um dos empresários que lideram o
protesto no RJ, ao site.
O movimento não conta com a participação de associações e sindicatos de trabalhadores que, por
enquanto, atuam para organizar uma greve no dia 1º de novembro. Para Wallace Landin, presidente da
Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores, “o ideal era que todos os segmentos se
unissem e falassem a mesma língua”.
Organizadores da greve do dia 1º de novembro estimam que a paralisação deve atingir mais de 70% do setor.
Entre as bandeiras estão a mudança de política de preços da Petrobras e a retomada da tabela de preço
mínimo de frete. Outros pedidos como a retomada da aposentadoria especial também farão parte dos
protestos.
Segundo os caminhoneiros, que aguardam uma resposta prática do governo federal para a redução de preços
do óleo diesel, há riscos de desabastecimento para os últimos meses do ano caso a política de preços siga em
vigência. Também está no radar da categoria um novo aumento no valor do combustível.
A nova alta, segundo Landin, está relacionada a cortes nas remessas de gasolina e diesel pela Petrobras
às distribuidoras. A importação de combustíveis, que pode ser necessária com os cortes, tende a provocar
um aumento de 0,60 centavos no preço do litro de diesel, de acordo com o presidente da associação.