Se você é católico com certeza conhece a história de Nossa Senhora Aparecida, e se você é Cristão, ou não professa nenhuma religião, já ouviu falar sobre a devoção mariana que surgiu da descoberta de uma imagem nas águas do Rio Paraíba do Sul, nos arredores de Guaratinguetá – região que depois se transformou no atual município de Aparecida, as margens da Via Dutra no Vale do Paraíba.
Essa história já tem mais de 300 anos, e é cheia de detalhes e de muita fé, entre estes detalhes há pelo menos 5 curiosidades que você não sabia sobre a história da devoção à Nossa Senhora Aparecida – Padroeira do Brasil.
1. A imagem não foi encontrada em um 12 de outubro
Não se sabe ao certo em que dia a imagem foi encontrada pelos pescadores. O máximo que se sabe é que, provavelmente, a aparição aconteceu durante a segunda quinzena de outubro – período em que o governador da Província de São Paulo e Minas Gerais estaria visitando a região, razão da pesca de Felipe, Domingos e João.
Foi baseando-se nessa data que o dia 12 foi escolhido, por aproximação, para celebrar a festa de Nossa Senhora – mas isso só aconteceu em 1953. No começo, a sua festa era no dia da Imaculada Conceição, em 8 de dezembro, já que se trata de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Antes da data atual, a festa também já foi celebrada em 7 de setembro, dia da independência do país, devido à proclamação de Aparecida como padroeira do Brasil.
2. A imagem tinha os cabelos curtos
Os cabelos da imagem original eram curtinhos: não chegavam sequer aos ombros. Os cabelos compridos apareceram só em 1978, quando a imagem foi restaurada – seria melhor dizer “reconstruída” – depois de ser quebrada em centenas de fragmentos, por um rapaz com distúrbios psicológicos que a tirou do nicho.
O objetivo era que os cabelos maiores ajudassem a fixar melhor a cabeça ao corpo.
Nesse restauro, conduzido por Maria Helena Chartuni, do Museu de Arte de São Paulo (MASP), Aparecida foi praticamente refeita – sobretudo a cabeça, que foi a parte mais danificada.
É clara a diferença dos traços ao comparar fotos de antes e depois do restauro: além dos cabelos, nota-se que ela era mais rechonchuda e de traços mais suaves.
3. A imagem era colorida
Manto azul com forro em vermelho vivo, pele clara, túnica esbranquiçada, com detalhes em amarelo. A imagem de Nossa Senhora era assim quando foi produzida, provavelmente no século XVII, pelo Frei Agostinho de Jesus.
Supõe-se que a imagem fosse conservada em uma capela de Nossa Senhora do Rosário às margens do Paraíba e que, após uma enchente na igrejinha ou depois de ter a cabeça quebrada, foi descartada nas águas do rio – que apagaram as cores da imagem.
As cores do manto vinham de uma ordem de dom João VI, que, ao proclamar a Virgem da Conceição padroeira de Portugal, ordenou que o seu manto fosse sempre colorido de azul e vermelho, as cores do Reino de Portugal.
4. O Brasil também tem outros padroeiros
Aparecida divide o título de padroeira do Brasil com outras duas figuras. O primeiro santo a ser declarado padroeiro do Brasil foi São Pedro de Alcântara, em 1826, quatro anos depois da independência.
Quem o proclamou patrono foi o papa Leão XII, a pedido do imperador Pedro I, que envergava justamente o nome de Pedro de Alcântara. Embora o patronato do franciscano espanhol tenha sido esquecido, nunca foi anulado.
Só em 1930 Aparecida foi proclamada também padroeira, por Pio XI. Já em 2015, a CNBB declarou copadroeiro do Brasil o jesuíta São José de Anchieta, um ano depois de sua canonização.
5. Aparecida está se espalhando pelo mundo
Se você for ao conhecido santuário do Menino Jesus de Praga, na República Checa, vai se deparar com uma imagem da padroeira do Brasil, entronizada lá em 2007.
Também é possível encontrar Aparecida em igrejas da Colômbia, da Eslovênia, dos Estados Unidos, de Portugal, da Eslováquia, da Argentina, da França, do Líbano e até mesmo nos Jardins Vaticanos: um monumento dedicado a Nossa Senhora Aparecida foi inaugurado no local pelo papa Francisco, em 2016.
O maior responsável por levar a padroeira do Brasil pelo mundo tem sido o cardeal Raymundo Damasceno Assis, que foi arcebispo de Aparecida entre 2004 e 2016 e presidente da CNBB entre 2011 e 2015.
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Necessitamos da proteção de Nossa Senhora Aparecida
Maria apareceu em muitos lugares: Lourdes, Fátima, La Salete… Mas, no Brasil, o Senhor quis que ela “aparecesse” por meio de uma imagem encontrada no Rio Paraíba, por isso Nossa Senhora Aparecida.
A imagem é uma representação plástica, que se torna uma linguagem forte, visual; o importante é que ela seja autêntica, isto é, que transmita a mensagem que traz em si.
A nossa Padroeira apresentou-se ao Brasil por meio de uma imagem, essa simbologia foi extremamente importante no desenvolvimento de nossa nação e principalmente para o crescimento da igreja e da fé do povo brasileiro.
O nosso povo é pobre, e muitas pessoas, naquela época, não sabiam ler – hoje ainda é grande o número de analfabetos, e mesmo aqueles que sabem ler, não o fazem em profundidade. Todos, porém, precisam de imagens que lhes fale ao coração. A escultura evangelizadora de Nossa Senhora Aparecida que Deus usou no Brasil foi tão simples e pequena! Na sua humildade, Maria colocou-se sempre pequena.
Por isso, Deus a fez grande e realizou nela maravilhas. Ela é a pobre do Senhor; e porque assim se fez, Ele olhou para sua pequenez, para sua humildade e nela fez maravilhas. Daí, Maria pôde profetizar: “Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada”. É isso o que diz seu cântico.
Todo esse trabalho de evangelização que estamos realizando hoje deve ser feito com a força e o poder de Deus. Mas para que isso aconteça ele só pode ser feito na humildade. Você pode e deve ser muito humilde e, por isso mesmo, muito eficaz.